Uma megaoperação desencadeada por 80 policiais do DEIC (Departamento Estadual de Investigações Criminais) aconteceu na manhã desta quinta-feira (05). As autoridades realizaram 28 mandados de busca e apreensão contra centro de crimes cibernéticos.
A operação ocorreu simultaneamente em Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul. O grupo cibercriminoso foi responsável por realizar golpes milionários por meio de centrais telefônicas, sites falsos de prefeituras e venda de ingressos.
Os policiais envolvidos fazem parte da DCCiber (Divisão de Crimes Cibernéticos de SP), que identificou que o centro do crime funcionava em quatro centros diferentes.
DCCiber
- A informação divulgada à imprensa detalha os centros da seguinte forma:
O primeiro Um deles envolve um grupo que fraudou o site da Prefeitura de Praia Grande. Não está claro se a fraude foi uma desfiguração, redirecionamento ou outro tipo de ataque. Ao acessar o domínio, a vítima foi parar em um site falso que emitia boletos de pagamento de impostos — assim, a vítima pagou o imposto falso aos criminosos.
Já o segundo grupo simulou uma central telefônica bancária. O trabalho era convencer as pessoas a contrair empréstimos e fazer transferências bancárias para contas desconhecidas. Segundo o DCCiber, o esquema envolvia aplicativos falsos (e aqui podemos ter indícios de malware ou distribuição de APKs maliciosos) e chamadas fraudulentas feitas por robôs.
O terceiro núcleo envolve uma empresa de soluções de tecnologia não divulgada. Os cibercriminosos “invadiram o sistema operacional da empresa”, segundo o SSP (Secretaria de Segurança Pública)e realizou transações instantâneas para contas de terceiros. A empresa teria sofrido um prejuízo estimado em R$ 6 milhões.
Por último, o quarto núcleo envolve um centro criminoso que clonava sites de venda de ingressos para roubar dinheiro de interessados em shows musicais ou outros eventos.
Interessante notar que, na quarta-feira (04), outra operação realizada por policiais civis do DCCiber também derrubou um centro especializado em produção de passagens falsas e desvio de valores. Neste caso, esta operação ocorreu em Bertioga, Baixada Santista de São Paulo.
Esse esquema tem nome: phishing. São milhares de vítimas em busca de ingressos para shows que acabam fracassando todos os anos — uma simples busca em sites como Reclame Aqui e redes sociais revela o tamanho do golpe e a frustração do consumidor.
Os cibercriminosos aproveitam os grandes eventos para desenvolver páginas de vendas muito semelhantes às originais. Assim, links de domínios falsos são enviados em redes sociais, SMS e e-mail.
Por isso, ao ter interesse em adquirir um ingresso, é importante não clicar diretamente em links que chegam até você. Seja proativo: pesquise canais oficiais, redes sociais verificadas e faça sua compra. Fique sempre atento: não existem promoções incríveis de ingressos que chegam até você via SMS.
Relativamente à megaoperação hoje realizada, “prosseguem as investigações para apurar se existe envolvimento de alguma facção criminosa que invista em comércios criminosos para branqueamento de capitais para o crime organizado”, nota a SSP.
Realidade Violada 2: Central do Crime
O TecMundo já revelou como funcionam os centros criminais. O segundo episódio de Realidade Violada, série documental do TecMundo, está disponível gratuitamente no YouTube. Assista agora:
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