setembro 5, 2024
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Pontos de incêndio se alastram e batem recordes na Amazônia | Amazônia

Pontos de incêndio se alastram e batem recordes na Amazônia | Amazônia
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A Amazônia brasileira vive um momento único: mesmo com queda de 45,7% nas taxas de desmatamento entre agosto de 2023 e julho de 2024 em relação ao período anterior, o bioma sofre com queimadas sem precedentes. O mês de julho registrou o maior número de queimadas em duas décadas, com 11.145 incêndios, um aumento de 93% em relação a julho de 2023, segundo dados do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

O que já era ruim, ganhou contornos de catástrofe no mês seguinte: em agosto foram registrados 38.266 incêndios, mais que o dobro do ano anterior e o maior número para o mês desde 2010. Segundo especialistas ouvidos pelo ValorEste cenário é resultado de uma combinação da ação humana, do desmatamento acumulado nos últimos anos, das mudanças climáticas globais e do agravamento de fenômenos meteorológicos como o El Niño.

Essa desconexão entre desmatamento e queimadas já vinha sendo alertada por cientistas desde 2023. Em nota técnica, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) analisou o ano de 2023, quando houve aumento de 36% na área queimada em relação a 2022, mesmo com redução de 50% na área com alertas de desmatamento no mesmo período.

O fogo é uma forma barata de desmatar e forçar a legitimação da área.”

—Rebeca Maranhão

A nota reforça a tese de que outros fatores, especialmente o clima, contribuíram para o aumento da área queimada no ano passado, provocando uma mudança nos padrões de incêndio na região. “A seca extrema na Amazônia e as altas temperaturas contribuíram para esse cenário. Houve também um encurtamento do período chuvoso”, afirma Ane Alencar, diretora científica do IPAM.

Este ano, a tendência foi ainda mais acentuada, uma vez que a estação seca foi antecipada, começando em Maio, em vez de Junho/Julho. Segundo o pesquisador, o aumento dos índices de queimadas tem dois momentos críticos: nos primeiros três meses do ano nas regiões Norte do Amazonas e do Pará e em Roraima, mais ligadas às questões climáticas; e em julho e agosto, com 67% das áreas queimadas sendo, em sua maioria, áreas já desmatadas, o que pode indicar tanto descontrole no uso do fogo na agricultura, quanto ações criminosas para fins de especulação imobiliária .

A proximidade das eleições municipais tende a desencadear a sensação de “terra sem lei”, segundo Alencar. “Anos eleitorais sempre causam caos na agenda ambiental da Amazônia, com aumento de queimadas e desmatamento. Isso é potencializado num cenário de mudanças nos padrões climáticos.”

Assim, o fogo também é uma estratégia de grileiros, onde o alvo são terras sob controle da União que ainda não foram alocadas. Depois de serem desmatadas e transformadas em pastagens com algumas cabeças de gado – o chamado “gado caseiro”, no jargão local – as terras tendem a se valorizar no mercado local, explica Rebecca Maranhão, geógrafa e pesquisadora de questões fundiárias no país. a Amazônia.

“Como são áreas grandes, o custo do desmatamento é alto, em torno de R$ 2 mil a R$ 3 mil por hectare. O fogo é uma forma mais barata de desmatar e depois obrigar a legitimação da área”, diz Maranhão. Entre 2019 e 2021, anos de pico recente de desmatamento, mais de 50% ocorreram em florestas públicas não designadas. Atualmente, 6 milhões de hectares estão em processo de alocação na Amazônia Legal, uma pequena fatia dos aproximadamente 56,5 milhões de hectares de terras da União cobertas por florestas não designadas.

A forte seca que assola a Amazônia desde 2023 – e que deverá ser ainda maior neste ano – é sintoma de fenômenos climáticos agravados pelo aquecimento global, como o aumento da temperatura dos oceanos, especialmente no Atlântico Equatorial e no Norte Atlântico. Combinados com o El Niño, contribuíram para uma seca sem precedentes e temperaturas mais elevadas na Amazônia.

Outro fator que conta é o desmatamento acumulado na região, que já chega a 18% do bioma, reduzindo a capacidade da floresta de produzir chuva, umidade e sequestrar carbono. “Além das mudanças climáticas e do El Niño, as mudanças provocadas pelo homem no uso da terra desempenham um papel central no aumento dos incêndios”, afirma Helga Correa, especialista em conservação do WWF-Brasil.

Por meio de satélites, foi possível verificar que a fumaça das queimadas coincidiu com regiões às margens das principais rodovias que cortam a Amazônia, como BR-230 (Transamazônica), BR-319 (Porto Velho a Manaus) e Amazonas . trecho da BR-163, a maior rodovia longitudinal do país. Não é por acaso que o reforço no combate a incêndios prometido pelos governos federal e estadual irá intensificar as ações de fiscalização em regiões críticas ao longo do eixo dessas rodovias, segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (MMA). “As áreas do bioma onde foi observado um grande aumento de temperatura em agosto coincidem com esses locais onde há estradas, como se fosse uma cicatriz que remete ao nosso modelo de desenvolvimento”, diz Correa.

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