Trump se declara inocente em ação que o acusa de tentar reverter derrota nas eleições de 2020

O candidato republicano não compareceu à audiência, mas os seus advogados interpuseram um recurso em seu nome questionando como o caso deveria prosseguir após a decisão do Supremo Tribunal que concede ampla imunidade de processo criminal aos ex-presidentes. Trump REUTERS/David Swanson Donald Trump se declarou inocente em uma ação federal que o acusa de tentar reverter sua derrota nas eleições presidenciais dos Estados Unidos de 2020, nesta quinta-feira (5). O candidato republicano não compareceu na audiência, mas os seus advogados interpuseram um recurso em seu nome questionando como o caso deveria prosseguir após a decisão do Supremo Tribunal que concede ampla imunidade de processo criminal a ex-presidentes. O procurador especial Jack Smith, responsável pela acusação contra Trump, retirou as alegações de que o Supremo Tribunal decidiu que ele não poderia continuar a fazer parte do caso e argumenta que todos os outros não estão abrangidos pela decisão de imunidade e podem seguir para julgamento. Os advogados do ex-presidente querem que o juiz comece a avaliar o impacto da decisão da imunidade em dezembro, após a eleição. Trump argumenta que a acusação, bem como outros processos legais contra ele, são tentativas politicamente motivadas de minar a sua campanha presidencial. O caso já foi adiado há meses, enquanto Trump continua o seu pedido de imunidade e é praticamente certo que não irá a julgamento antes das eleições de novembro, quando o republicano enfrentará nas urnas a vice-presidente Kamala Harris. Aliado se declara culpado Há um ano, Scott Hall, aliado de Donald Trump e ex-observador eleitoral republicano, se declarou culpado de conspirar para interferir nas eleições no estado da Geórgia, como parte das tentativas do ex-presidente dos EUA de reverter sua derrota em 2020. Trump, que enfrenta acusações criminais em quatro casos, incluindo este, negou qualquer irregularidade e disse que a acusação faz parte de uma caça às bruxas política. Hall fechou acordo com os promotores e é, até agora, o único dos 19 réus acusados ​​no caso a se declarar culpado. Ele recebeu cinco acusações de conspiração para cometer interferência intencional no desempenho de funções eleitorais. Scott Graham Hall (centro, quadro à direita) com seu advogado, Jeffrey S. Weiner (extrema direita) no Tribunal Superior do Condado de Fulton antes do juiz Scott McAfee (quadro à esquerda) no Tribunal Superior do Condado de Fulton em audiência virtual Zoom. Pool via REUTERS O acordo de confissão prevê que Hall seja condenado a cinco anos de liberdade condicional e pague uma multa de US$ 5.000, disse um promotor na audiência, que ocorreu online. Ele também será obrigado a testemunhar contra outros réus no caso. Hall, um fiador da Geórgia, inicialmente enfrentou acusações de extorsão, bem como conspiração para cometer fraude eleitoral e crimes informáticos. Ele foi acusado de participar de uma violação ilegal de equipamento de votação na zona rural de Coffee County, no sudeste do estado, em janeiro de 2021. O ex-advogado de Trump, Sidney Powell, também é acusado de participar da violação e se declarou inocente. Entenda o caso Após a derrota para Joe Biden nas eleições de 2020, Trump tentou reverter o resultado em estados onde havia perdido. Nos EUA, as eleições são indirectas: os eleitores votam efectivamente em delegados que representarão cada estado num colégio eleitoral – estes delegados escolhem o presidente. Cada estado tem um número específico de delegados e regras próprias para definir quem serão os delegados. Na Geórgia, a regra é que todos os delegados do estado irão para o candidato presidencial que tiver mais votos – mesmo que seja por uma pequena maioria. Foi o que aconteceu em 2020: Biden venceu Trump por pouco no estado. Portanto, este foi um dos estados onde Trump e seus aliados se concentraram em tentar reverter os resultados.

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