O mercado de criptomoedas acompanhou, nesta segunda-feira (5), o sangramento generalizado nos mercados tradicionais, numa combinação de fatores que levou à liquidação de ativos de maior risco. O Bitcoin, chamado de “ouro digital” pelos mais entusiastas, devido ao seu design como ativo de reserva de valor, caiu abaixo de US$ 50 mil, patamar que não era visto desde as primeiras semanas de fevereiro.
O maior criptoativo em valor de mercado encerrou o mês passado com rentabilidade de 5%. Desde 1º de agosto, porém, a perda chegou a 18%. Lembrando que o mercado de criptoativos não é “fechado”: funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, em todo o mundo.
A mínima do período ocorreu no mercado asiático, de US$ 49,3 mil, ao mesmo tempo em que o índice da bolsa japonesa Nikkei caiu 12%. Desde então, no mercado ocidental, o bitcoin permanece em campo negativo, mas com menor intensidade.
Por volta das 17h (horário de Brasília), era negociado a US$ 53,7 mil. Em Nova York, o S&P 500 e o Nasdaq, índices aos quais o bitcoin está correlacionado, caíram 3%, para 5.186 pontos, e 3,43%, para 16.200 pontos, respectivamente.
O ouro caiu 1%, para US$ 2.401,70 por onça troy, e o petróleo Brent, referência de preço global, caiu 0,66%, para US$ 76,30 por barril.
Todo esse cenário negativo foi causado pela leitura que os agentes de mercado fizeram dos dados de emprego nos Estados Unidos, muito abaixo das estimativas, o que poderia sinalizar o início de uma recessão – que, por sua vez, poderia contaminar outros países.
Um tempero adicional foi adicionado com a escalada da tensão geopolítica no Médio Oriente, entre o Irão e Israel e os seus respectivos aliados. O aumento das taxas de juro pelo Banco do Japão na semana passada também fez parte do contexto, pois vai no sentido oposto às políticas monetárias das principais economias.
Segundo Danilo Matos, da NovaDAX, “a análise da CryptoQuant sugere que o bitcoin pode cair para US$ 40 mil, indicando um período desafiador para os investidores”. “O declínio atual não é um evento isolado e reflete uma falta de força de compra, portanto vender agora pode não ser a melhor estratégia para os investidores, exceto para aqueles que planejam realocar seu portfólio mais adiante na crença de mais quedas”, afirmou. diz. .
Para Matos, embora o cenário macroeconômico global não seja favorável, com inflação e juros elevados nos EUA, a correção do bitcoin pode durar algumas semanas antes de se estabilizar.
“Para quem pensa no longo prazo, destinar um percentual para ativos mais estáveis pode ser uma medida prudente”, aponta Matos, citando a PAXG, criptomoeda pareada com o valor do ouro. “A recomendação é não entrar em pânico e considerar a queda atual como uma oportunidade para fortalecer posições a preços mais atrativos.”
Guilherme Nazar, vice-presidente da Binance para a América Latina, reforça que “a ampla liquidação do mercado desencadeada pelos temores de recessão levou à realocação de capital para longe de ativos mais arriscados, com as moedas digitais ainda sendo amplamente percebidas como tal”.
“Apesar dos desafios, não vemos isso como um indicativo de uma tendência negativa de longo prazo para o mercado de criptomoedas”, diz Nazar. “Espera-se que o Federal Reserve [o BC americano] reduzir as taxas de juro em setembro, o que deverá melhorar as perspetivas para a economia norte-americana”, aponta, acrescentando, no entanto, que o processo eleitoral americano tem “um potencial significativo de flutuações de mercado”.
José Artur Ribeiro, presidente da Coinext, avalia que o bitcoin “já sinalizava uma profunda recessão antes mesmo dos recentes desenvolvimentos no mercado financeiro global”, destacado na análise gráfica.
“O aumento dos juros por parte do Banco do Japão, que surpreendeu ao adotar uma postura mais restritiva, provocou uma valorização do iene e uma forte queda no índice Nikkei, que despencou cerca de 15% em três dias”, destaca Ribeiro. “Esses eventos tiveram um impacto direto no mercado de criptomoedas, uma vez que o aumento das taxas de juros impacta diretamente a liquidez global e a disposição dos investidores em assumir riscos.”
“O Bitcoin pode sofrer vazamento de liquidez, mas é improvável que vejamos uma queda muito mais pronunciada do ativo daqui para frente, com os investidores já antecipando e reagindo a uma potencial negatividade”, aponta Ribeiro.
Por outro lado, Ribeiro destaca que “este cenário reforça as expectativas de cortes nas taxas de juros por parte dos bancos centrais, especialmente do Federal Reserve dos EUA, o que poderia beneficiar o bitcoin”.
“Aconselha-se aos investidores que sejam cautelosos durante este período volátil”, afirma Ribeiro. “A abordagem prudente seria fazer compras incrementais, monitorizando de perto a evolução do mercado e ajustando as estratégias conforme necessário para mitigar os riscos e tirar partido das oportunidades emergentes.”
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