Segundo a investigação, os funcionários usaram recursos desviados para comprar televisores, computadores e até um caminhão. Segundo a Polícia Civil, o crime foi confessado pela dupla de investigadores. Prints mostram conversa entre suspeitos de desvio de recursos da empresa, em Aparecida de Goiânia Reprodução/TV Anhanguera Dois funcionários de uma empresa de transportes de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, são suspeitos de desviar quase R$ 1 milhão da empresa, a A polícia informou à Civil. Segundo a investigação, a dupla utilizou os recursos desviados para comprar televisores, computadores e até um caminhão. Clique e acompanhe o canal g1 GO no WhatsApp A denúncia foi obtida com exclusividade pela TV Anhanguera. Os crimes foram cometidos e descobertos em dezembro de 2023, porém, somente em agosto de 2024 a polícia foi autorizada a quebrar o sigilo telefônico e bancário dos investigados. MAIS homem se gaba de uma vida de luxo com dinheiro que a vítima economizou para a aposentadoria, diz polícia A defesa de um dos investigados disse em nota que as provas demonstrarão a veracidade dos fatos ao longo do processo e demonstrarão sua inocência. O g1 não conseguiu localizar a defesa do outro suspeito até a última atualização desta reportagem. Segundo o proprietário da transportadora, que preferiu não se identificar, o faturamento da empresa caiu pela metade após os desvios, assim como o número de funcionários. “Eu passei por um inferno. Tinha 12 funcionários. Até março deste ano tive que cair para três funcionários e hoje tenho cinco funcionários novamente. Estou andando de bicicleta. Minha receita caiu pela metade”, disse ela. Descoberta do crime Itens comprados com dinheiro desviado de uma empresa de Aparecida de Goiânia, Goiás Reprodução/TV Anhanguera A empresária informou à TV Anhanguera que a suspeita de desvio de dinheiro começou depois que seu marido recebeu uma ligação de uma loja de eletrodomésticos pedindo confirmação de endereço e informando que uma geladeira de R$ 7 mil foi comprada em seu nome. Após a ligação suspeita, a empresária lembrou que já havia recebido diversas ligações de um banco digital com informações semelhantes, porém, acreditava se tratar de um golpe. “Depois de constantes ligações no ano passado referentes ao banco, mais esse problema com a loja, pensei ‘tem alguma coisa errada’”, disse a empresária. Após quebrar o sigilo telefônico e bancário, a polícia encontrou conversas no WhastApp dos suspeitos que confirmaram a responsabilidade pelo crime (veja no início do texto). Após serem intimadas pela polícia, as investigadas confessaram os desvios em ofícios anexados ao inquérito policial, assumindo a respectiva participação no crime, segundo a Polícia Civil. Como funcionou o crime De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela empresária, os suspeitos agiram da seguinte forma: Primeiro pediram ao marido dela, que também é vítima dos golpes e dono da empresa, que cadastrasse o rosto em aplicativos que exigiam o Face ID como forma de segurança. Segundo a Polícia Civil, os investigados disseram à vítima que seu rosto seria usado para atualizar aplicativos que a empresa utilizava para envio de mercadorias. A investigação mostra ainda que as mulheres aproveitaram o facto de a vítima ser míope e não usar óculos na altura, para utilizar o Face ID e assim abrir contas bancárias em nome do patrão e desviar dinheiro da empresa. Por não terem acesso aos dados financeiros da empresa, os investigados não conseguiam realizar transações bancárias e, como forma de driblar essa regra, utilizavam contas abertas para receber valores contratuais dos clientes da transportadora. As contas foram criadas com o CNPJ da transportadora e em nome do proprietário, segundo investigação policial. No total, foram abertas seis contas em bancos diferentes. Segundo Adriano Jaime, delegado responsável pelo caso, os clientes não suspeitavam que estavam transferindo os valores para contas de terceiros, pois estavam cadastrados em nome da empresa ou do proprietário. “O cliente pagou, porque a fatura estava no nome da empresa ou no nome do proprietário. Ele teve acesso a essas contas, transferindo o dinheiro para elas”, disse o delegado. Em uma das contas abertas, uma das suspeitas digitou seu próprio endereço residencial para receber seu cartão bancário, o que facilitou a descoberta do crime. Os investigados foram indiciados pelos crimes de furto qualificado e abuso de confiança. O tribunal negou o pedido de prisão. Segundo o advogado da empresa, Ricardo Souza, a empresa pede a restituição civil de todos os valores desviados e indenização por danos morais. “Queremos também indenização por danos morais por todos os danos sofridos pela empresa”, afirmou. Veja outras notícias da região no g1 Goiás. VÍDEOS: últimas notícias de Goiás
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