Mercado Livre (MELI34) surpreende e ação dispara, mas parece cara. Vale a pena investir agora? | Empresas

O movimento ajudou o Mercado Livre superar o valor de mercado da Petrobras, que cai nesta sessão, conferindo à varejista argentina o título de empresa mais valiosa da América Latina.

Os números assustam, mas as ações do Mercado Livre não estão nas suas maiores. Só neste ano, no dia 22 de fevereiro, a ação chegou a US$ 1.817,98 no fechamento. Em seu pico, em 24 de janeiro de 2021, fechou o pregão cotado a US$ 1.965,05.

Isso não significa necessariamente que o ativo esteja barato, pois essa avaliação depende da faixa de preço considerada “justa” para a ação, o preço-alvo. E essa perspectiva muda com o contexto macroeconômico e setorial, além da análise da própria empresa.

Mas, no caso do Mercado Livre, essa referência histórica do preço da ação se confirma: a ação está “barata”. Há praticamente um consenso entre as casas de análise sobre a recomendação de compra do ativo, que tem preço-alvo entre US$ 2 mil e US$ 2,2 mil, segundo o analista.

Confira os relatórios de avaliação do balanço do Mercado Livre do segundo trimestre.

O Mercado Livre teve desempenho robusto em relação às expectativas no segundo trimestre, impulsionado principalmente pelo impressionante crescimento das vendas brutas totais (GMV), com destaque para as operações no Brasil, afirma Goldman Sachs.

Os analistas Irma Sgarz e Felipe Rached escrevem em relatório que as vendas brutas totais geraram maior alavancagem operacional do que o esperado, colocando o lucro absoluto antes de juros e impostos (Ebit) de US$ 726 milhões bem acima da projeção de consenso de US$ 679 milhões. O lucro líquido mais que duplicou numa base anual e ficou 27% acima das expectativas.

Segundo analistas, a surpresa no valor bruto das mercadorias foi ampla, com aumento anual de 36% no Brasil e de 30% no México. Além disso, outros indicadores relacionados ao crescimento e engajamento de compradores, carteira e qualidade de crédito, publicidade e segmento “1P”, vendas de itens próprios, também devem apoiar o sentimento positivo, afirmam.

Afirmam ainda que a tendência positiva nas vendas brutas totais deverá manter-se no segundo semestre do ano, implicando um aumento nas estimativas de consenso para as receitas e potencialmente também para as margens.

O Goldman Sachs recomenda a compra de ações do Mercado Livre, com preço-alvo de US$ 2.180.

O lucro do Mercado Livre superou as expectativas no segundo trimestre, impulsionado pelo aumento da receita e pela redução da alíquota de impostos, comenta o Bank of America.

O banco também destaca que a maior alavancagem operacional e as receitas de publicidade compensaram as contribuições cambiais mais fracas na Argentina e as maiores provisões de crédito e custos logísticos.

No braço financeiro, o banco destaca a melhoria na qualidade do crédito e o avanço mais rápido da carteira de cartões de crédito.

O BofA mantém recomendação de compra para as ações do Mercado Livre, com preço-alvo de US$ 2 mil.

O Mercado Livre superou as expectativas do mercado em todas as estimativas financeiras e operacionais no segundo trimestre, mostrando que continua tendo um modelo de negócios forte mesmo depois de 25 anos, diz Jefferies.

Os analistas Alex Wright, Inigo Vega e Pedro Baptista escrevem que as vendas no marketplace foram especialmente fortes no período, com aceleração dos volumes no Brasil e melhora significativa nos resultados na Argentina.

O banco destaca ainda que o Mercado Pago teve um crescimento saudável em adquirência, serviços de crédito e gestão de ativos tanto no Brasil quanto na Argentina. A expectativa é que em breve melhore ainda mais com a expansão dos serviços no México.

Jefferies tem recomendação de compra para Mercado Livre, com preço alvo de US$ 2.100.

Os analistas do Santander esperam que os números trimestrais da empresa funcionem como um catalisador positivo para as ações, uma vez que o mercado prevê um crescimento mais forte por mais tempo.

“O crescimento acelerado do GMV do Brasil em um ambiente de varejo difícil destaca ganhos de participação de mercado, particularmente do varejo offline para o online, em nossa opinião”, escrevem Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo.

O Santander reiterou a recomendação de compra do Mercado Livre, com preço-alvo de US$ 2.100.

O Mercado Livre apresentou resultados sólidos no segundo trimestre de 2024, superando as expectativas do BTG Pactual, com o lucro líquido ajustado aumentando 103%, em comparação ao segundo trimestre do ano anterior — 23% acima da previsão do banco.

O lucro operacional superou em 10% a estimativa dos analistas do banco. O BTG mantém recomendação de compra para o Mercado Livre, com preço alvo de US$ 2.040.

Os resultados do Mercado Livre superaram as expectativas no segundo trimestre, retornando à antiga trajetória após alguns períodos mais desafiadores, o que deve gerar uma revisão para cima nas estimativas de consenso de mercado, afirma o Bradesco BBI.

Para os analistas liderados por Pedro Pinto, o lucro de 419 milhões de dólares superou as expectativas em 18,1%, enquanto as receitas de 5,07 mil milhões de dólares ficaram 4,8% acima das estimativas.

“Os resultados mostraram mais uma vez o poder de escala único que o Mercado Livre possui, combinando um crescimento anual de 28% na receita com uma expansão de mais de 3 pontos percentuais na margem”, comentam.

O banco vê que a qualidade dos resultados foi o destaque, com aceleração no volume de produtos vendidos no Brasil, vendendo mais na Argentina do que os dados de consumo no país e bom desempenho da unidade Mercado Pago.

O Bradesco BBI tem recomendação de compra para o Mercado Livre, com preço alvo de US$ 2.200.

O Mercado Livre reportou fortes resultados operacionais no segundo trimestre deste ano, demonstrando a força do seu e-commerce no Brasil e no México, além de mostrar um ponto de inflexão nas operações de varejo na Argentina, mesmo que o cenário ainda seja adverso no país , diz Ativa Investimentos.

Segundo o analista Pedro Serra, o intenso investimento da empresa em sua plataforma financeira e os avanços na carteira de crédito, com fortes ganhos vindos dos cartões de crédito, e reconhece a qualidade dos resultados para o varejo, especialmente no Brasil, num momento em que outras empresas têm sido enfrentando dificuldades com o ambiente macroeconômico, destacando a vantagem competitiva do Mercado Livre.

A Ativa recomenda a compra pelo Mercado Livre, com preço-alvo de R$ 86,70 para recibos de ações (BDR) negociados na B3.

Com informações do Valor PRO, atendimento em tempo real Valor Econômico.